quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sidarta, de Herman Hesse


Nenhum livro me tocou tanto quanto 'Sidarta", do escritor Alemão Hermann Hesse, agraciado com o Nobel de literatura em 1946. Era alemão, mas uma viagem à Índia aos 33 anos transformou para sempre a sua obra. Eu li "Sidarta" na adolescência, mais ou menos com quinze anos, e tive a certeza de que nenhum livro até então havia me fascinado tanto. Na despreocupação da adolescência, andava com a história do brâmane - inspirado em Sidarta Gautama, o Buda - que dedicou a vida a viver o divino dentro de uma mochila, como um amigo querido e portátil. Eu até pensava que quando tivesse uma filha a chamaria de Kamala, “lábios de figo recém-cortado”. Isso foi até eu me encantar com outras personagens femininas da literatura. O fato é que relendo Sidarta vários anos depois, já com menos ingenuidade e confesso, um pouquinho mais ácida pela vida, o romance me pareceu ainda melhor. A foto acima não é a mais bela das edições do livro, mas é igualzinha à que eu tinha, encontrada em um sebo, daquelas desgastadas de tanto lidas.

Um trecho:


“Tenho para mim que o amor é o que há de mais importante no mundo. Analisar o mundo, exeplicá-lo, menosprezá-lo, talvez caiba aos grandes pensadores. Mas a mim me interessa exclusivamente que eu seja capaz de amar o mundo, de não sentir desprezo por ele, de não odiar nem a ele nem a mim mesmo, de contemplar a ele, a mim, a todas as criaturas com amor, admiração e reverência.”

Nenhum comentário: